Músicas
A chamada
"música popular sergipana" surgiu trazendo uma temática local para as
letras. Cantores como Chiko Queiroga e Antônio Rogério trazem em suas canções
elementos do folclore sergipano. A música contemporânea traz um mistura de
ritmos folclóricos nordestinos com o reggae, rock e a música eletrônica. Nessa
vertente estão as bandas Sulanca, NaurÊa e Maria Scombona. Outros nomes
importantes da música no estado são a banda de rock Alapada, a cantora Amorosa
e a banda de forró Calcinha Preta.
Festas populares
As grandes festas
religiosas de Sergipe são, na capital a procissão do Bom Jesus dos Navegantes
(procissão fluvial que percorre o estuário do rio Sergipe, em 1º de janeiro);
os festejos de Natal, de 25 de dezembro a 6 de janeiro, em que se destaca o tradicional
carrossel do "Tobias", um boneco preto que toca um grande realejo; e
a de Nossa Senhora da Conceição, em 8 de dezembro. No interior, as principais
festas populares são a do Senhor do Bonfim, em Estância, que dura três dias; a
de Nossa Senhora da Piedade, em Lagarto, em 8 de setembro; e a dos Passos, em
São Cristóvão, na Quaresma. A culinária típica sergipana tem como prato
principal a buchada, feita de sangue e miúdos de carneiro.
Folclore
O folclore sergipano
é rico e diversificado, reunindo elementos da cultura indígena, africana e
europeia. Dentre as muitas manifestações folclóricas destacam-se o Reisado,
Parafusos, Guerreiros, Lambe-Sujos e Caboclinhos, Cacumbi, Taieira, Samba de
Parelha, São Gonçalo. Anualmente é realizado o Encontro Cultural de
Laranjeiras, um evento que reúne musicais, apresentações de grupos folclóricos,
grupos de discussão e exposições sobre o folclore no estado.
Literatura
Dentre os principais
escritores sergipanos se destaca Tobias Barreto, fundador do condoreirismo brasileiro
e patrono da cadeira 38 da Academia Brasileira de Letras.[12] A localidade onde
nasceu, a Vila de Campos do Rio Real, foi posteriormente rebatizada com o seu
nome, e hoje é o município de Tobias Barreto.
Culinária
A culinária de
Sergipe está bastante ligada a elementos encontrados na zona litorânea e nos
rios que cortam o estado. O caranguejo e o guaiamu são bastante apreciados.
Frutos do mar como sururu, ostra e camarão também fazem parte da culinária
típica do estado. Na região sul de Sergipe, na praia do Saco e de Abaís é
possível encontrar a moqueca de siri na palha de ouricuri. Outro ingrediente
presente é o milho. Nos festejos juninos, principalmente, são consumidos bolos,
canjicas e pamonhas. Outros pratos preparados são a tapioca e beiju de
mandioca, além de sucos e licores de frutas típicas como genipapo, tamarindo e
umbu.
Artesanato
Rico em belezas
naturais, Sergipe é, também, o berço de magníficas manifestações de arte
popular. É uma grande pluralidade de produção artesanal, fruto de mãos de gente
simples, que, com dedicação e amor a arte, valendo-se de técnicas arcaicas,
passadas de pais para filhos, cria e recria belíssimas peças, transformadas em
fonte de renda e em elemento de identidade sócio-cultural. Os artesãos produzem as mais diversas peças
com destaque para a renda irlandesa em Divina Pastora, as rendas de bilro em
Poço Redondo e bordado tipo richelieu em Tobias Barreto; a cerâmica em Santana
do São Francisco, Simão Dias e Itabaianinha; o artesanato em palha nos
municípios de Brejo Grande, Pacatuba e Pirambu; a produção em papel no
município de Cumbe; as bonecas de pano de Nossa Senhora das Dores; além dos
artistas que se destacam isoladamente em todo o estado..
Arte Popular
A variedade de formas e matérias-primas atesta uma tradição
que sobrevive com originalidade ao tempo. O artesanato, cuja técnica é
transmitida de geração a geração, é uma forma de trabalho espalhada por grande
parte do território sergipano. Para muitos, esse trabalho constitui fonte de
complementação ou até única fonte de renda.Entre as peças, há aquelas que se
destacam pela beleza e riqueza de detalhes, como é o caso da renda irlandesa,
confeccionada no município de Divina Pastora. Além disso, o visitante poderá
encontrar verdadeiras preciosidades que demonstram a criatividade do artesão
sergipano, capaz de inovar sem que sua obra perca as características típicas.O
artesanato de Sergipe ultrapassa fronteiras regionais, abastece lojas
sofisticadas de artigos de decoração e fornece rendas e bordados para
confecções de grifes famosas.
A cerâmica de Santana do São Francisco, antiga Carrapicho,
reúne comunidades de artesãos. A principal fonte de renda do município é o
artesanato de argila e sua confecção envolve adultos e crianças. A maior parte
da produção é utilitária e constituída de moringas, potes, vasos, panelas e
pratos que são vendidos a granel nas feiras. A cerâmica figurativa retrata o
homem rural e seu modo de vida. Entre os ceramistas destacam-se Beto Pezão,
natural de Santana de São Francisco, porém residente em Aracaju, e Judite
Santeira, do município de Estância.
Além da renda irlandesa e da cerâmica, a cestaria é outro
tipo de artesanato encontrado em Sergipe. A prática veio de herança indígena e
africana (como a cerâmica) e utiliza como matéria prima, cipó, taquara, junco,
fibra e palha de palmáceas. São confeccionados, entre outros, caçuás, balaios,
cestas, bolsas, chapéus e esteiras.
Todavia, é no setor de bordados e rendas, que o artesanato
sergipano ostenta grande produção. É freqüente observar, em vilarejos e
povoados, mulheres sentadas em frente às suas casas bordando. O bordado
característico de Sergipe é o rendendê, associado ou não ao ponto de cruz. O
rendendê é produzido nos municípios de Própria, Malhada dos Bois, Cedro de São
João, Aquidabã, Tobias Barreto e Lagarto. Há bordados de considerável
refinamento quanto ao desenho, combinação de cores e acabamento. São produzidas
toalhas e caminhos de mesas, colchas, panos de prato, blusas, entre outros.
Ainda é possível encontrar no sertão do estado, mais
precisamente no município de Poço Redondo, as rendas de bilro, peças de madeira
compostas de uma haste com a extremidade em forma de bola ou fuso, que recebe o
nome de 'cabeça de bilro'.
Artesanato e o sertanejo
O artesanato de couro está ligado à vida sertaneja. Chapéus,
apetrechos de montaria, gibão, sandálias, além de cintos e carteiras. Além do
couro, a madeira também é utilizada para confecção de utensílios, como colheres
de pau e gamelas de todos os tamanhos, tamboretes, apitos de chamar passarinhos
e produção figurativa.
No artesanato de madeira, o destaque cabe a Cícero Alves dos
Santos, nome de batismo do artista conhecido como “Veio”. O artesão mantém, a 8 km da sede do município
de Nossa Senhora da Glória, na Rodovia Engenheiro Jorge Neto, um museu a céu
aberto. É o 'Sítio Sóarte', com suas esculturas gigantes iluminadas pelo sol da
caatinga. Escultor intuitivo, “Veio” usa o canivete e o formão para fazer
emergir de troncos e galhos retorcidos de mulungu ou jurema, catados na região,
totens, carrancas, animais e figuras humanas. Suas esculturas são despojadas,
rústicas e de vigorosa expressividade.
Há ainda toda uma produção artesanal voltada para as
brincadeiras de criança, como o mané-gostoso, pião, bonecas de pano, carrinhos
de lata ou madeira, panelinhas de barro e outros utensílios de cozinha,
miniaturas de mobiliários, além de cavalos e bois, que transportam o mundo dos
adultos para o faz-de-conta infantil.
As cidades do estado que se destacam pelo artesanato são:
Santana do São Francisco, Simão Dias, Cedro de São João, Aquidabã e Própria. Em
Aracaju, o artesanato de todo o estado pode ser encontrado no Centro de
Turismo, no Mercado Central, no Centro de Arte e Cultura da Orla de Atalaia e
na feirinha da Praça Tobias Barreto.
Música sergipana
Até 1970 a música popular massiva sergipana praticamente não
existia. Não se produzia discos e ela se limitava a alguns intérpretes dos
ritmos ouvidos em todo Brasil à época: boleros, chorinhos e muita música
romântica e saudosista.
Os nomes que se destacaram foram: Luís Americano, que teve
seu chorinho apresentado nos Estados Unidos, e Francisco Alves, conhecido em
todo o Brasil. Contudo, o forró se apresentava como ritmo que atraia o gosto
popular e a iniciativa artística local. Grandes nomes forrozeiros acompanharam
o sucesso do ritmo levado ao país inteiro por Luiz Gonzaga, e fizeram sucesso
nacionalmente representando Sergipe. Dentre eles estão Clemilda e Erivaldo de
Carira. É no final da década de 70 e início dos anos 80, que começa a surgir um
sentimento ufanista em nosso Estado em relação à música. Desenvolve-se o
conceito de música popular sergipana, que traz a idéia de uma música autêntica
de Sergipe.
Os festivais
As décadas de 70 e 80 foram marcadas por grandes Festivais
de Música no Brasil, valorizando a música popular brasileira e revelando
grandes artistas. Sergipe também acompanhou este movimento, pois, além dos
Festivais Nacionais, havia vários outros festivais regionais e estaduais dos
quais nossos artistas participavam. Além disso, Sergipe também teve seus
festivais, e um dos primeiros que entraram para a história foi o FMPS - Festival
de Música Popular Sergipana, na década de 80, cujo primeiro vencedor foi o
grupo Cata Luzes. A sua segunda edição revelou o cantor Mingo Santana, que
ganhou o primeiro lugar com a música 'Sementeira'. Outro festival importante
foi o Novo Canto - Festival de Música Estudantil, que em 86, 87 e 88, lançou nomes como Chico Queiroga, Antônio
Rogério, Sena e Sergival, Nininho Silveira, hoje Nino Karva, entre outros. Vale
lembrar que o festival gravava um disco com as 10 melhores músicas.
Música popular sergipana
Intimista, a música popular sergipana surgiu nos anos 1980.
Ufanista, a música produzida optou por temas sempre ligados à nossa cultura,
aos aspectos físicos e naturais do Estado, ou simplesmente, à situações ou
pessoas do lugar, como pode ser notado em trabalhos do já mencionado grupo Cata
Luzes, além dos cantores Paulo Lobo, Lula Ribeiro e Irineu Fontes.
Quanto ao ritmo, variava de blues a rock, passando pelo
forró, é claro. Também nessa década, surgiu, de forma acanhada, a bossa nova
sergipana, tendo como propiciadores Joubert Moraes, Lina e Marco Preto.
Os encontros culturais em Sergipe tiveram uma participação
importante na divulgação de nossa música e ritmos folclóricos. Destaca-se nesse
período o Encontro Cultural de Graccho Cardoso, que, em sua edição de 98,
aboliu qualquer tipo de música massiva como o axé ou o pagode.
Os demais encontros, sendo os principais o Encontro Cultural
de Laranjeiras, o Festival de arte de São Cristóvão (FASC) e o Encontro
Cultural de Propriá, que biscavam dar ênfase ao folclore, às manifestações
populares e à arte.
Nas décadas de 70 e 80, o principal elemento de divulgação
dos músicos sergipanos foram, sem dúvida, os bares. Cada dia da semana era
destinado a um barzinho.
A Universidade Federal de Sergipe também foi um dos
fomentadores da nossa produção musical, embora tenha sido de maneira
esporádica, mas, indiretamente, lá se articulava o movimento da música popular
do Estado. A UFS promoveu em 1989 o Festival de Música Ecológica, cujo vencedor
foi Nininho Silveira, e em 92, o Femufs - Festival de Música Universitária.
Em 1997 surgiu uma nova tentativa de articular o Novo canto,
mas que não obteve o mesmo referencial das edições anteriores. Projetos como o
Prata da Casa e o Projeto Seis e Meia, promovidos pela Secretaria de Estado da
Cultura, incentivaram o trabalho de muitos artistas.
O Canta Nordeste, na década de 1990, estimulou a produção
musical de Sergipe, reunindo grandes intérpretes e compositores como Amorosa,
Ismar Barreto e Patrícia Polayne.
Em nível local, o Sescanção, festival realizado pelo Sistema
Fecomércio, pode ser considerado hoje o evento mais articulador da música em
Sergipe.
A década de 1990 e a Pausterização da Música
O aparecimento da Axé-music começa a tomar lugar no gosto
popular estimulado pela mídia. Depois com a prévia carnavalesca inspirada na
axé-music baiana, o Pré-caju, e do Forró eletrônico, o processo de gravação da
música popular sergipana foi totalmente interrompido.
A onda da forró-music conta com inúmeras bandas locais que são
sucesso todo ano. Poderíamos citar Raio da Silibrina, Brucelose, Calcinha
Preta, Bando de Mulheres e Chamego de Menina.
Dessa forma, muitos dos artistas de referência dessa música
tiveram que buscar outras formas de divulgação de seus trabalhos participando
de festivais em outras partes do Brasil, como o de Campos do Jordão ou Maringá,
ou tentando divulgar seus trabalhos nas cidades do Rio de Janeiro e São Paulo,
como Lula Ribeiro, Doca Furtado e Chico Queiroga, mas não fugindo totalmente de
suas origens.
Alguns artistas destacaram-se naqueles festivais como a
dupla Sena e Sergival. Outros artistas como Amorosa, Rogério tiveram que se
adaptar ao mercado dos mass media em um desses momentos, embora buscassem
manter um sentido mais artístico e caracterizador da cultura local.
Dos artistas em destaque nos anos 1980, só em meados da
década de 1990 é que alguns conseguiram realizar um trabalho completo como
Chico Queiroga, que formou dupla com Antônio Rogério, Joésia Ramos, Mingo
Santana, Antônio Rogério e Rubens Lisboa. O grupo Cata Luzes também consegue
nesta década gravar seu segundo CD.
A década de 90
Outros gêneros musicais são fomentados na década de 1990. O
gênero pop-rock, em Sergipe, desponta com o festival de Rock-SE. Alguns
artistas se destacam, a exemplo de Minho San-Liver e Mosaico.
A banda Snooze, que apresentou álbuns com selos
independentes, considerados pela crítica bons trabalhos, é um bom exemplo do
rock sergipano. Tempos depois, surgem artistas como Alex Sant'anna e bandas
como Cartel de Bali, Java, Plástico Lunar, Sibberia, e Alapada, que
recentemente conseguiu lançar uma música em novela da rede Record.
O rock mais pesado tem seu representante com a banda Karne
Krua, que faz shows até hoje, Triste fim de Rosilene, além de bandas mais
novas, como a MAUA.
A diversidade musical em Sergipe cada vez mais se consolida
também em outros estilos, a exemplo do reggae, que tem na banda Reação um
grande nome.
Identidade e folclore na música sergipana
Parte do momento de valorização das manifestações culturais
folclóricas duas modalidades que podem ser observadas na relação entre folclore
e música em Sergipe: a inserção de temas e versos dos folguedos na canção
popular sergipana, e a hibridização da música misturando ritmos do rock, jazz e
blues a ritmos folclóricos. O ponto comum é a valorização da cultura de Sergipe
e a inserção nas tendências mundiais da produção musical.
O folclore tem sido valorizado nas canções populares. Mingo
Santana foi um dos primeiros a vislumbrar os ritmos folclóricos misturando aos
seus blues ritmos do folguedo Cacumbi. Suas letras também refletem sua relação
com a natureza e o folclore local.
A dupla Chico Queiroga e Antônio Rogério também trazem o
folclore, embora cantando versos da dança de São Gonçalo, como contraponto à
seqüência da música.
Na segunda modalidade, a música contemporânea sergipana
carrega de sons diversos, misturando ritmos folclóricos sergipanos e
nordestinos com rock, reggae e música eletrônica. A influência do movimento
Manguebit de Pernambuco constitui uma das principais características de muitos
grupos, como na banda Sulanca. A banda Sulanca de forma mais definida trabalha
vários sons inspirados em várias danças e folguedos sergipanos bem como dos
emboladores típicos das feiras nordestinas. No seu álbum 'Megafone' insere
diversas faixas incidentais desses ritmos.
As bandas Naurêa e Maria Scombona têm ganhado destaque no
cenário nacional, participando de feiras de música alternativas e
independentes, sobretudo a de Brasília e de Fortaleza. Suas músicas trazem uma
proposta de interação de culturas, e ao mesmo tempo de preservação e resgate da
cultura local. O próprio nome da banda Maria Scombona já reflete um engajamento
com a identidade sergipana, pois trata-se de uma expressão coloquial que
significa cambalhota. A banda tem como característica básica a mistura de
ritmos regionais com rock, jazz e blues, e letras despojadas com expressões do
cotidiano e de uso coloquial.
A banda Naurêa trouxe no seu segundo CD, lançado em 2006,
ritmos trazidos do Reisado e do Maracatu, inclusive com uma referência a dona
Lalinha, mestre do grupo de reisado da cidade de Laranjeiras, que mantém a
tradição mesmo a pós a sua morte. A banda Lacertae também se insere nesse
contexto, trazendo uma proposta híbrida: embora priorize o rock experimental,
misturam a MPB e o folclore da música nordestina. A banda inova inserindo
outras artes, como é típico da música contemporânea, como no CD 'A Volta que o
Mundo Deu', com versos de 'Amiga Folhagem', do escritor sergipano Sílvio
Romero.
Nova fase
A Nova Música de Sergipe tem rendido gratas surpresas, a
exemplo de bandas como a Rótulo e Ode ao Canalha, e novos festivais tem
acontecido para dar visibilidade aos artistas da música, a exemplo do Coverama
(festival de música cover) e Sonorama (festival de música autoral). Outros bons
exemplos de espaços para a visibilidade da música local são os eventos 'Verão
Sergipe', 'Rock Sertão', 'Projeto Verão', 'Forró Caju' e 'Arraiá do Povo'. Com
o tempo, a valorização da produção musical sergipana tem sido maior e vista
como investimento, afinal, a cultura é um grande produto de exportação de
Sergipe, e todos precisam conhecer o que existe de melhor no estado quando o
assunto é música.
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