sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Tudo sobre Sergipe


Músicas

 A chamada "música popular sergipana" surgiu trazendo uma temática local para as letras. Cantores como Chiko Queiroga e Antônio Rogério trazem em suas canções elementos do folclore sergipano. A música contemporânea traz um mistura de ritmos folclóricos nordestinos com o reggae, rock e a música eletrônica. Nessa vertente estão as bandas Sulanca, NaurÊa e Maria Scombona. Outros nomes importantes da música no estado são a banda de rock Alapada, a cantora Amorosa e a banda de forró Calcinha Preta.

 Festas populares

 As grandes festas religiosas de Sergipe são, na capital a procissão do Bom Jesus dos Navegantes (procissão fluvial que percorre o estuário do rio Sergipe, em 1º de janeiro); os festejos de Natal, de 25 de dezembro a 6 de janeiro, em que se destaca o tradicional carrossel do "Tobias", um boneco preto que toca um grande realejo; e a de Nossa Senhora da Conceição, em 8 de dezembro. No interior, as principais festas populares são a do Senhor do Bonfim, em Estância, que dura três dias; a de Nossa Senhora da Piedade, em Lagarto, em 8 de setembro; e a dos Passos, em São Cristóvão, na Quaresma. A culinária típica sergipana tem como prato principal a buchada, feita de sangue e miúdos de carneiro.

Folclore

 O folclore sergipano é rico e diversificado, reunindo elementos da cultura indígena, africana e europeia. Dentre as muitas manifestações folclóricas destacam-se o Reisado, Parafusos, Guerreiros, Lambe-Sujos e Caboclinhos, Cacumbi, Taieira, Samba de Parelha, São Gonçalo. Anualmente é realizado o Encontro Cultural de Laranjeiras, um evento que reúne musicais, apresentações de grupos folclóricos, grupos de discussão e exposições sobre o folclore no estado.

 Literatura

 Dentre os principais escritores sergipanos se destaca Tobias Barreto, fundador do condoreirismo brasileiro e patrono da cadeira 38 da Academia Brasileira de Letras.[12] A localidade onde nasceu, a Vila de Campos do Rio Real, foi posteriormente rebatizada com o seu nome, e hoje é o município de Tobias Barreto.

Culinária

 A culinária de Sergipe está bastante ligada a elementos encontrados na zona litorânea e nos rios que cortam o estado. O caranguejo e o guaiamu são bastante apreciados. Frutos do mar como sururu, ostra e camarão também fazem parte da culinária típica do estado. Na região sul de Sergipe, na praia do Saco e de Abaís é possível encontrar a moqueca de siri na palha de ouricuri. Outro ingrediente presente é o milho. Nos festejos juninos, principalmente, são consumidos bolos, canjicas e pamonhas. Outros pratos preparados são a tapioca e beiju de mandioca, além de sucos e licores de frutas típicas como genipapo, tamarindo e umbu.

 Artesanato

 Rico em belezas naturais, Sergipe é, também, o berço de magníficas manifestações de arte popular. É uma grande pluralidade de produção artesanal, fruto de mãos de gente simples, que, com dedicação e amor a arte, valendo-se de técnicas arcaicas, passadas de pais para filhos, cria e recria belíssimas peças, transformadas em fonte de renda e em elemento de identidade sócio-cultural.  Os artesãos produzem as mais diversas peças com destaque para a renda irlandesa em Divina Pastora, as rendas de bilro em Poço Redondo e bordado tipo richelieu em Tobias Barreto; a cerâmica em Santana do São Francisco, Simão Dias e Itabaianinha; o artesanato em palha nos municípios de Brejo Grande, Pacatuba e Pirambu; a produção em papel no município de Cumbe; as bonecas de pano de Nossa Senhora das Dores; além dos artistas que se destacam isoladamente em todo o estado..

Arte Popular

A variedade de formas e matérias-primas atesta uma tradição que sobrevive com originalidade ao tempo. O artesanato, cuja técnica é transmitida de geração a geração, é uma forma de trabalho espalhada por grande parte do território sergipano. Para muitos, esse trabalho constitui fonte de complementação ou até única fonte de renda.Entre as peças, há aquelas que se destacam pela beleza e riqueza de detalhes, como é o caso da renda irlandesa, confeccionada no município de Divina Pastora. Além disso, o visitante poderá encontrar verdadeiras preciosidades que demonstram a criatividade do artesão sergipano, capaz de inovar sem que sua obra perca as características típicas.O artesanato de Sergipe ultrapassa fronteiras regionais, abastece lojas sofisticadas de artigos de decoração e fornece rendas e bordados para confecções de grifes famosas.

A cerâmica de Santana do São Francisco, antiga Carrapicho, reúne comunidades de artesãos. A principal fonte de renda do município é o artesanato de argila e sua confecção envolve adultos e crianças. A maior parte da produção é utilitária e constituída de moringas, potes, vasos, panelas e pratos que são vendidos a granel nas feiras. A cerâmica figurativa retrata o homem rural e seu modo de vida. Entre os ceramistas destacam-se Beto Pezão, natural de Santana de São Francisco, porém residente em Aracaju, e Judite Santeira, do município de Estância.

Além da renda irlandesa e da cerâmica, a cestaria é outro tipo de artesanato encontrado em Sergipe. A prática veio de herança indígena e africana (como a cerâmica) e utiliza como matéria prima, cipó, taquara, junco, fibra e palha de palmáceas. São confeccionados, entre outros, caçuás, balaios, cestas, bolsas, chapéus e esteiras.

Todavia, é no setor de bordados e rendas, que o artesanato sergipano ostenta grande produção. É freqüente observar, em vilarejos e povoados, mulheres sentadas em frente às suas casas bordando. O bordado característico de Sergipe é o rendendê, associado ou não ao ponto de cruz. O rendendê é produzido nos municípios de Própria, Malhada dos Bois, Cedro de São João, Aquidabã, Tobias Barreto e Lagarto. Há bordados de considerável refinamento quanto ao desenho, combinação de cores e acabamento. São produzidas toalhas e caminhos de mesas, colchas, panos de prato, blusas, entre outros.

Ainda é possível encontrar no sertão do estado, mais precisamente no município de Poço Redondo, as rendas de bilro, peças de madeira compostas de uma haste com a extremidade em forma de bola ou fuso, que recebe o nome de 'cabeça de bilro'.

Artesanato e o sertanejo

O artesanato de couro está ligado à vida sertaneja. Chapéus, apetrechos de montaria, gibão, sandálias, além de cintos e carteiras. Além do couro, a madeira também é utilizada para confecção de utensílios, como colheres de pau e gamelas de todos os tamanhos, tamboretes, apitos de chamar passarinhos e produção figurativa.

No artesanato de madeira, o destaque cabe a Cícero Alves dos Santos, nome de batismo do artista conhecido como “Veio”.  O artesão mantém, a 8 km da sede do município de Nossa Senhora da Glória, na Rodovia Engenheiro Jorge Neto, um museu a céu aberto. É o 'Sítio Sóarte', com suas esculturas gigantes iluminadas pelo sol da caatinga. Escultor intuitivo, “Veio” usa o canivete e o formão para fazer emergir de troncos e galhos retorcidos de mulungu ou jurema, catados na região, totens, carrancas, animais e figuras humanas. Suas esculturas são despojadas, rústicas e de vigorosa expressividade.

Há ainda toda uma produção artesanal voltada para as brincadeiras de criança, como o mané-gostoso, pião, bonecas de pano, carrinhos de lata ou madeira, panelinhas de barro e outros utensílios de cozinha, miniaturas de mobiliários, além de cavalos e bois, que transportam o mundo dos adultos para o faz-de-conta infantil.
As cidades do estado que se destacam pelo artesanato são: Santana do São Francisco, Simão Dias, Cedro de São João, Aquidabã e Própria. Em Aracaju, o artesanato de todo o estado pode ser encontrado no Centro de Turismo, no Mercado Central, no Centro de Arte e Cultura da Orla de Atalaia e na feirinha da Praça Tobias Barreto.

Música sergipana

Até 1970 a música popular massiva sergipana praticamente não existia. Não se produzia discos e ela se limitava a alguns intérpretes dos ritmos ouvidos em todo Brasil à época: boleros, chorinhos e muita música romântica e saudosista.

Os nomes que se destacaram foram: Luís Americano, que teve seu chorinho apresentado nos Estados Unidos, e Francisco Alves, conhecido em todo o Brasil. Contudo, o forró se apresentava como ritmo que atraia o gosto popular e a iniciativa artística local. Grandes nomes forrozeiros acompanharam o sucesso do ritmo levado ao país inteiro por Luiz Gonzaga, e fizeram sucesso nacionalmente representando Sergipe. Dentre eles estão Clemilda e Erivaldo de Carira. É no final da década de 70 e início dos anos 80, que começa a surgir um sentimento ufanista em nosso Estado em relação à música. Desenvolve-se o conceito de música popular sergipana, que traz a idéia de uma música autêntica de Sergipe.

Os festivais

As décadas de 70 e 80 foram marcadas por grandes Festivais de Música no Brasil, valorizando a música popular brasileira e revelando grandes artistas. Sergipe também acompanhou este movimento, pois, além dos Festivais Nacionais, havia vários outros festivais regionais e estaduais dos quais nossos artistas participavam. Além disso, Sergipe também teve seus festivais, e um dos primeiros que entraram para a história foi o FMPS - Festival de Música Popular Sergipana, na década de 80, cujo primeiro vencedor foi o grupo Cata Luzes. A sua segunda edição revelou o cantor Mingo Santana, que ganhou o primeiro lugar com a música 'Sementeira'. Outro festival importante foi o Novo Canto - Festival de Música Estudantil, que em 86, 87 e 88,  lançou nomes como Chico Queiroga, Antônio Rogério, Sena e Sergival, Nininho Silveira, hoje Nino Karva, entre outros. Vale lembrar que o festival gravava um disco com as 10 melhores músicas.

Música popular sergipana

Intimista, a música popular sergipana surgiu nos anos 1980. Ufanista, a música produzida optou por temas sempre ligados à nossa cultura, aos aspectos físicos e naturais do Estado, ou simplesmente, à situações ou pessoas do lugar, como pode ser notado em trabalhos do já mencionado grupo Cata Luzes, além dos cantores Paulo Lobo, Lula Ribeiro e Irineu Fontes.

Quanto ao ritmo, variava de blues a rock, passando pelo forró, é claro. Também nessa década, surgiu, de forma acanhada, a bossa nova sergipana, tendo como propiciadores Joubert Moraes, Lina e Marco Preto.
Os encontros culturais em Sergipe tiveram uma participação importante na divulgação de nossa música e ritmos folclóricos. Destaca-se nesse período o Encontro Cultural de Graccho Cardoso, que, em sua edição de 98, aboliu qualquer tipo de música massiva como o axé ou o pagode.

Os demais encontros, sendo os principais o Encontro Cultural de Laranjeiras, o Festival de arte de São Cristóvão (FASC) e o Encontro Cultural de Propriá, que biscavam dar ênfase ao folclore, às manifestações populares e à arte.

Nas décadas de 70 e 80, o principal elemento de divulgação dos músicos sergipanos foram, sem dúvida, os bares. Cada dia da semana era destinado a um barzinho.

A Universidade Federal de Sergipe também foi um dos fomentadores da nossa produção musical, embora tenha sido de maneira esporádica, mas, indiretamente, lá se articulava o movimento da música popular do Estado. A UFS promoveu em 1989 o Festival de Música Ecológica, cujo vencedor foi Nininho Silveira, e em 92, o Femufs - Festival de Música Universitária.

Em 1997 surgiu uma nova tentativa de articular o Novo canto, mas que não obteve o mesmo referencial das edições anteriores. Projetos como o Prata da Casa e o Projeto Seis e Meia, promovidos pela Secretaria de Estado da Cultura, incentivaram o trabalho de muitos artistas.

O Canta Nordeste, na década de 1990, estimulou a produção musical de Sergipe, reunindo grandes intérpretes e compositores como Amorosa, Ismar Barreto e Patrícia Polayne.

Em nível local, o Sescanção, festival realizado pelo Sistema Fecomércio, pode ser considerado hoje o evento mais articulador da música em Sergipe.

A década de 1990 e a Pausterização da Música

O aparecimento da Axé-music começa a tomar lugar no gosto popular estimulado pela mídia. Depois com a prévia carnavalesca inspirada na axé-music baiana, o Pré-caju, e do Forró eletrônico, o processo de gravação da música popular sergipana foi totalmente interrompido.

A onda da forró-music conta com inúmeras bandas locais que são sucesso todo ano. Poderíamos citar Raio da Silibrina, Brucelose, Calcinha Preta, Bando de Mulheres e Chamego de Menina.

Dessa forma, muitos dos artistas de referência dessa música tiveram que buscar outras formas de divulgação de seus trabalhos participando de festivais em outras partes do Brasil, como o de Campos do Jordão ou Maringá, ou tentando divulgar seus trabalhos nas cidades do Rio de Janeiro e São Paulo, como Lula Ribeiro, Doca Furtado e Chico Queiroga, mas não fugindo totalmente de suas origens.

Alguns artistas destacaram-se naqueles festivais como a dupla Sena e Sergival. Outros artistas como Amorosa, Rogério tiveram que se adaptar ao mercado dos mass media em um desses momentos, embora buscassem manter um sentido mais artístico e caracterizador da cultura local.

Dos artistas em destaque nos anos 1980, só em meados da década de 1990 é que alguns conseguiram realizar um trabalho completo como Chico Queiroga, que formou dupla com Antônio Rogério, Joésia Ramos, Mingo Santana, Antônio Rogério e Rubens Lisboa. O grupo Cata Luzes também consegue nesta década gravar seu segundo CD.

A década de 90

Outros gêneros musicais são fomentados na década de 1990. O gênero pop-rock, em Sergipe, desponta com o festival de Rock-SE. Alguns artistas se destacam, a exemplo de Minho San-Liver e Mosaico.
A banda Snooze, que apresentou álbuns com selos independentes, considerados pela crítica bons trabalhos, é um bom exemplo do rock sergipano. Tempos depois, surgem artistas como Alex Sant'anna e bandas como Cartel de Bali, Java, Plástico Lunar, Sibberia, e Alapada, que recentemente conseguiu lançar uma música em novela da rede Record.

O rock mais pesado tem seu representante com a banda Karne Krua, que faz shows até hoje, Triste fim de Rosilene, além de bandas mais novas, como a MAUA.

A diversidade musical em Sergipe cada vez mais se consolida também em outros estilos, a exemplo do reggae, que tem na banda Reação um grande nome.

Identidade e folclore na música sergipana

Parte do momento de valorização das manifestações culturais folclóricas duas modalidades que podem ser observadas na relação entre folclore e música em Sergipe: a inserção de temas e versos dos folguedos na canção popular sergipana, e a hibridização da música misturando ritmos do rock, jazz e blues a ritmos folclóricos. O ponto comum é a valorização da cultura de Sergipe e a inserção nas tendências mundiais da produção musical.

O folclore tem sido valorizado nas canções populares. Mingo Santana foi um dos primeiros a vislumbrar os ritmos folclóricos misturando aos seus blues ritmos do folguedo Cacumbi. Suas letras também refletem sua relação com a natureza e o folclore local.

A dupla Chico Queiroga e Antônio Rogério também trazem o folclore, embora cantando versos da dança de São Gonçalo, como contraponto à seqüência da música.

Na segunda modalidade, a música contemporânea sergipana carrega de sons diversos, misturando ritmos folclóricos sergipanos e nordestinos com rock, reggae e música eletrônica. A influência do movimento Manguebit de Pernambuco constitui uma das principais características de muitos grupos, como na banda Sulanca. A banda Sulanca de forma mais definida trabalha vários sons inspirados em várias danças e folguedos sergipanos bem como dos emboladores típicos das feiras nordestinas. No seu álbum 'Megafone' insere diversas faixas incidentais desses ritmos.

As bandas Naurêa e Maria Scombona têm ganhado destaque no cenário nacional, participando de feiras de música alternativas e independentes, sobretudo a de Brasília e de Fortaleza. Suas músicas trazem uma proposta de interação de culturas, e ao mesmo tempo de preservação e resgate da cultura local. O próprio nome da banda Maria Scombona já reflete um engajamento com a identidade sergipana, pois trata-se de uma expressão coloquial que significa cambalhota. A banda tem como característica básica a mistura de ritmos regionais com rock, jazz e blues, e letras despojadas com expressões do cotidiano e de uso coloquial.
A banda Naurêa trouxe no seu segundo CD, lançado em 2006, ritmos trazidos do Reisado e do Maracatu, inclusive com uma referência a dona Lalinha, mestre do grupo de reisado da cidade de Laranjeiras, que mantém a tradição mesmo a pós a sua morte. A banda Lacertae também se insere nesse contexto, trazendo uma proposta híbrida: embora priorize o rock experimental, misturam a MPB e o folclore da música nordestina. A banda inova inserindo outras artes, como é típico da música contemporânea, como no CD 'A Volta que o Mundo Deu', com versos de 'Amiga Folhagem', do escritor sergipano Sílvio Romero.

Nova fase

A Nova Música de Sergipe tem rendido gratas surpresas, a exemplo de bandas como a Rótulo e Ode ao Canalha, e novos festivais tem acontecido para dar visibilidade aos artistas da música, a exemplo do Coverama (festival de música cover) e Sonorama (festival de música autoral). Outros bons exemplos de espaços para a visibilidade da música local são os eventos 'Verão Sergipe', 'Rock Sertão', 'Projeto Verão', 'Forró Caju' e 'Arraiá do Povo'. Com o tempo, a valorização da produção musical sergipana tem sido maior e vista como investimento, afinal, a cultura é um grande produto de exportação de Sergipe, e todos precisam conhecer o que existe de melhor no estado quando o assunto é música.

Download texto!
Novo método para ganhar dinheiro em pesquisas na Intenet